Sem fazer uma exibição de bom nível, a equipa da Adémia recebeu e bateu o Brafemes por 4-1, em jogo da oitava jornada do Campeonato Distrital de Infantis (Série B), da Associação Futebol de Coimbra. Depois das duas derrotas consecutivas, os ademienses viam-se obrigados a vencer caso pretendessem manter-se entre os primeiros classificados.
Perante um adversário algo distante dos lugares cimeiros, esta era daquelas partidas que vinha na melhor altura. No entanto, foi notória a enorme falta de agressividade no futebol praticado pelos visitados e, para aumentar ainda mais as dificuldades, também o sector atacante revelou falta de pontaria e discernimento no momento do remate.
Mesmo sem fazer uma boa exibição – quiçá a menos bem conseguida até agora –, a equipa de infantis da Associação Desportiva e Cultural da Adémia ainda criou uma ou duas oportunidades para se redimir, mas pela frente encontrou um guarda-redes que revelou uma enorme vontade de adiar o mais possível a violação da sua baliza. Para além disso, o eixo defensivo visitante soube contrariar ao máximo as ambições dos locais, “tapando” com muita determinação os caminhos para a área de rigor.
Estes foram, entre outros, dois factores preponderantes com que os avançados da Adémia tiveram de enfrentar durante todo o encontro. Por outro lado, também os jovens do Brasfemes esbarraram na linha defensiva ademiense, bem como na exibição bem urdida do guarda-redes João Sousa, a quem Augusto Nogueira reconheceu e agradeceu os pontos conquistados.
Pese embora a falta de discernimento de quase todo o colectivo, bastante longe da riqueza futebolística a que já nos habituou, a Adémia viu-se na obrigatoriedade de improvisar, uma vez que denotou privação de criatividade. A espaços, a presença maciça de avançados não foi sinónimo de grande rendimento, porque foram incapazes de meter a bola na baliza. Algumas vezes foi o mérito do guarda-redes forasteiro a evitar o golo.
De qualquer das formas, e numa altura em que tudo parecia correr de feição ao Brasfemes – onde o guarda-redes João Sousa foi obrigado a corresponder a duas boas intervenções, arrojando-se, primeiro, aos pés de um avançado e a segurar o nulo, num segundo acto, na sequência de um remate com selo de golo – foi a formação visitada que, muito perto do intervalo, conseguiu finalmente chegar ao golo, levando para o balneário uma vantagem, embora mínima, mas que poderia traduzir-se na confiança que, até então, estava a faltar para levar de vencida o adversário de circunstância.
Na segunda parte a tónica de jogo pouco se alterou. O técnico Augusto Nogueira teve a oportunidade de chamar a atenção dos jovens atletas, variando algumas “pedras” no “tabuleiro de xadrez”, mas a Adémia, em vez de aumentar a pressão, limitou-se a gerir o resultado magro, defendendo a todo o custo o último reduto.
O Brasfemes, que também denotou frieza no ataque e patenteou falta de meios, revelou-se no entanto empolgado com o primeiro triunfo da temporada frente ao Pedrulhense (3-2) e acreditou ser possível alcançar um resultado positivo fora de portas. Este espírito, todavia, haveria por cair por terra, ainda no primeiro terço da segunda parte, quando a Adémia dilatou a vantagem.
No entanto, o Brasfemes não baixou os braços e encurtou distâncias no marcador, depois de tirar partido de (mais) uma desatenção da defesa, não dando a mínima hipótese de defesa ao guarda-redes visitado.
Esta anomalia ainda trouxe alguns amargos de boca ao conjunto visitado, mas a obtenção do terceiro golo serviu de tónico para segurar o regresso da equipa aos triunfos a poucos minutos do termo da partida. Admitindo que muito dificilmente o Brasfemes poderia dar a volta aos acontecimentos, o técnico Augusto Nogueira aproveitou o ensejo para efectuar a proclamada substituição de guarda-redes: saiu João Sousa e entrou João Dias, a tempo de intervir exemplarmente com os pés a uma investida visitante.
Tratou-se de um bom prémio para o mais jovem guarda-redes de infantis ademiense que, ao que tudo indica, na próxima época deverá tomar de “assalto” a baliza “azul e branca”. Uma estreia que se saúda.
Se dúvidas existiam quanto ao vencedor do encontro, sobretudo depois do aparecimento do terceiro golo, os derradeiros minutos serviram para dissipá-las por completo, uma vez que os ademienses, definitivamente, disparam no marcador, aumentado a vantagem para números que tornavam impossível a tarefa da equipa forasteira.
Em suma, a falta de confiança evidenciada contra o Brasfemes, o resultado final acaba por pecar por excesso, frente a um adversário que vinha de uma vitória mas que foi incapaz de suster o ataque pouco imaginativo mas eficaz dos visitados. Os agora onze pontos que separam as duas equipas não reflectem o que se registou em toda a partida e, os três golos de diferença, são bastante enganadores…
RESULTADOS DA JORNADA
U. Coimbra A – Eirense 1–0
Académica/OAF A – Académica/SF A 2–2
Pedrulhense – Lorvanense 1–3
ADC Adémia – Brasfemes 4–1
Souselas – Ançã 3–2
União FC – Académica/OAF B 0–4
Académica/SF B-U. Coimbra B 3–2
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