19 de dezembro de 2010

Recarregar baterias após desaire caseiro frente à Académica/SF A


A Adémia foi este sábado surpreendentemente derrotada na recepção à Académica/SF A, por 1-2, em jogo da 10.ª jornada do Campeonato Distrital de Infantis (Série B) da Associação Futebol de Coimbra. Os “estudantes”, que se viram desde muito cedo na condição de vencedores, num lance de enorme infelicidade para os anfitriões, souberam contrariar as adversidades, perante uma equipa que, uma vez mais, demonstrou algumas dificuldades para chegar com êxito à baliza contrária.
A Académica inaugurou o marcador nos primeiros minutos da partida num lance fortuito. Um remate à entrada da área obrigou o guarda-redes João Sousa a sacudir a bola para a barra com a ponta dos dedos. O esférico, ao contrário do que seria esperado, subiu alguns metros sem nunca ultrapassou a linha de fundo e, de forma caprichosa, desceu vertiginosamente sobre a linha de golo e um avançado, de frente para a bola e rápido quanto baste, posicionou-se de forma a abrir o activo, sem que para isso tivesse havido uma única oportunidade de golo para ambos os lados.
Com o golo madrugador e com muito frio à mistura, a turma visitada acusou o momento e precisou de algum tempo para “aquecer os motores” a fim de responder positivamente à contrariedade. Face o povoamento no miolo do terreno, as ocasiões de golo primaram pela ausência, se bem que coube aos jovens da Adémia as melhores oportunidades para revogar a vantagem dos academistas.
Refira-se, no entanto, que os ademienses estiveram em alguns períodos bastantes lentos, motivo pelo qual não adquiriu o ritmo desejado, facultando a missão à defesa contrária em resolver a perigosidade a que foi sujeita. A Académica, sem efectuar um jogo brilhante, soube, de igual modo, avançar as linhas mais avançadas no terreno e exercitar a atenção de defesas e guarda-redes.
Porém, aos 22 minutos, o desassossegado Leandro, que por diversas vezes tentou resolver o enigma com jogadas “exclusivas”, pecando, muita das vezes, ao nível do individualismo, conseguiu serpentear a defesa academista e “fugir” para o interior da área de rigor como uma bala. Gorada a hipótese de uma falta cirúrgica em terrenos permitidos, o “libero” da turma estudantil não teve outro remédio que rasteirar o melhor marcador da Adémia na área de jurisdição do guarda-redes e provocar uma grande penalidade, permitindo a Leandro repor a igualdade na conversão do castigo máximo e a somar o seu 10.º golo na competição.
A partir daqui, os jovens da Adémia acreditaram que era possível alcançar o intervalo na condição de vencedores mas, mais uma vez, não passaram nas intenções, gizando jogadas pouco esclarecidas sem fazer jus à sua condição de visitada, onde foi notória a ausência da habitual circulação de bola.
Retemperadas as forças, esperava-se uma segunda parte mais acutilante. Puro engano. O frio persistiu e, fruto da pressão que o adversário efectuou, aliada também à ansiedade com que entraram em campo e que lhes tolheu os movimentos, os jovens ademienses “transgrediram” nos desacertos da primeira parte. Porém, é legítimo afirmar que não deixaram de levar perigo à baliza contrária, mas não o fizeram de maneira a “arrombar a fortaleza” e “desobstruir o cofre” recheado de “ouro”.
A Académica, que na segunda parte optou pelo contra-ataque como arma letal – conscientes de que se jogassem de igual para igual poderiam sofrer golos – agigantou-se ligeiramente com as inevitáveis alterações introduzidas no “tabuleiro” ademiense e, por três vezes, ameaçou a baliza à guarda de João Sousa que, no entanto, foi sustendo o “assalto” contrário.
Não era suposto sofrer um golo de contra-golpe, até porque o professor Augusto Nogueira lançou o repto para esse desiderato a partir do banco de suplentes, mas a verdade é que os jovens ademienses deixaram-se surpreender de forma elementar, cometendo um erro defensivo que lhes foi fatal.
A Académica, apesar do 1-1, não alterou a sua estratégia, jogando mais recuado, com as linhas próximas, a "convidar" a Adémia a subir e a "pegar" no jogo, para depois lhe aplicar o "veneno" do contra-ataque. O segundo golo surgiu na sequência de um lance em que a defesa visitada foi apanhada em contra-pé, totalmente descompensada. Com três jogadores academistas contra um, a bola foi colocada da esquerda para a direita num movimento rápido e, através de um pontapé cruzado, a bola é subtilmente colocada junto ao poste contrário da baliza de João Sousa sem a mínima hipótese de defesa.
Daqui para a frente, a Académica controlou e geriu o jogo perante uma Adémia que nunca se entregou, mas que acusou claramente o segundo tento em termos anímicos. O golo academista que veio sentenciar o resultado foi motivo de tristeza que “invadiu” os jovens ademienses, sobretudo porque o triunfo, pela margem mínima, permitiu a fuga da turma escolar na tabela classificativa.
Esta jovem equipa da Adémia, que na pré-época e no início do campeonato realizou exibições seguras e personalizadas com boas jogadas colectivas que resultaram em golos de belo efeito, vai regressar em Janeiro, após as festividades do Natal e Ano Novo, com as baterias recarregadas. É tudo uma questão de tempo…


RESULTADOS

Académica/OAF A-Eirense    3-1
Pedrulhense-U. Coimbra A    0-9
ADC Adémia-Académica/SF A    1-2
Souselas-Lorvanense    3-3
União FC-Brasfemes    3-4
Académica/SF B-Ançã    2-2
U. Coimbra B-Académica/OAF B  0-12

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