15 de dezembro de 2010

Augusto Nogueira: o técnico dos sete ofícios

A gestão desportiva em geral e, particularmente, a de âmbito distrital e regional, vive hoje uma verdadeira “revolução” do seu paradigma de relacionamento com associados e sponsorização, sobretudo ao nível das empresas que procuram viver em harmonia com as colectividades.
No quadro de uma administração que se pretende inovadora, empreendedora e “prestadora de serviços” junto da comunidade – as colectividades de cariz desportivo, cultural ou recreativo, têm dirigentes voluntários e que substituem o Estado –, a Adémia depara-se actualmente com falta de meios humanos para prosseguir a politica desportiva iniciada há alguns anos a esta parte.
Como é do conhecimento geral, o associativismo é o maior fenómeno de actuação da sociedade civil das sociedades modernas. Ao mesmo tempo é um dos maiores movimentos de voluntariado. Conforme já foi referido, o associativismo é um fenómeno de substituição dos órgãos públicos. Quando um clube forma centenas de crianças e jovens, está inevitavelmente a substitui as autarquias e o Estado, que têm nas suas atribuições e competências, a promoção da actividade desportiva e da vida saudável.
Obviamente que existem excepções. Há associações que, sob a capa de desenvolvimento de um fim público, cobram preços nada sociais aos pais. Mas estas árvores não fazem a floresta e, a maioria das associações, são compostas por gente de bem e que dispõem do seu tempo de forma abnegada e com claros prejuízos pessoais e familiares.
Vem tudo isto a propósito das missões suplementares a que se viu foçado o professor Augusto Nogueira, treinador da equipa de infantis da Adémia, na deslocação a Lorvão para defrontar a União Desportiva Lorvanense.
Para além de transportar alguns jovens atletas na sua viatura particular, o técnico ademiense, que tem sabido dinamizar a prática desportiva junto da jovem população de mãos dadas com o associativismo desportivo, viu-se na contingência de “vestir” o “fato-macaco”, arregaçar as mangas e assumir o papel de dirigente, roupeiro, massagista, entre outros.
Não se trata de uma sucessão de críticas mas sim de um “parecer” elogioso – e legítimo – para uma figura que demonstra uma grande visão e poder de estratégia na orientação dos jovens atletas. Para além de ser uma grande aposta para a verdadeira consolidação da Associação Desportiva e Cultural da Adémia, Augusto Nogueira não regateia a esforços para desempenhar papéis de enorme nobreza para o bem-estar dos jovens atletas que superiormente dirige, coadjuvado, na circunstância, pelo filho Tiago, também um jovem que já defendeu as cores “azuis e brancas” da Adémia, amparando a criar o ambicionado ambiente caloroso fora de portas.
Ambos não deixaram cair a “âncora do navio”, demonstrando que, todos juntos, é possível fazer mais e melhor pela Associação Desportiva e Cultural da Adémia. Por outro, pai e filho deram um sinal evidente da qualidade técnica e de gestão, sabendo dar projecção a uma colectividade com três décadas de existência.

Parabéns aos dois pela clarividência e capacidade demonstradas, envolvendo a desmaterialização de meios e simplificação de procedimentos. Opinar, gerar pensamento e opinião nos outros são tarefas que cabem a todos nós. Podemos concordar ou discordar relativamente à opinião de cada um, mas devemos valorizar quando, de forma livre, as pessoas dizem o que pensam, sem ofender nem faltar com a verdade.

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