Uma actuação convincente foi o presente oferecido pelos infantis da Adémia no regresso à competição, revelando uma evolução bastante admissível depois dos excessos das festividades do Natal e Ano Novo.
Na difícil deslocação ao reduto do União de Coimbra – a agremiação da Cruz de Santiago fez do Campo da Moita Santa, em Cernache, a sua “casa” para a recepção aos ademienses –, os jovens comandados pelo professor Augusto Nogueira não acusaram a responsabilidade e impuseram-se com muita vivacidade e arrojo.
Manifestando um enorme impulso, arregaçando as mangas e atirando-se ao trabalho, na sequência lógica do que têm efectuado na “oficina” Ramos de Carvalho, os jovens da Adémia enfrentaram mais este desafio com muito sentido e dever, sobretudo em defesa do emblema que envergam nas camisolas.
Com a lição previamente estudada, perante um adversário fortíssimo animicamente, dado o excelente posicionamento na tabela classificativa – o segundo lugar traduz bem do seu poderio, tanto ao nível colectivo, como psicológico – a Adémia utilizou a coesão e coerência como “arma” de eleição para “destruir” os ímpetos do adversário e destronar a sua ambição.
Não obstante todo o esquema produtivo e profícuo apresentado em campo pelos infantis da Adémia, foi, no entanto, o conjunto do União de Coimbra que inaugurou o marcador. Não se poderá dizer que foi um balde de água fria nas aspirações dos ademienses, uma vez que a formação unionista também iniciou a partida determinado na conquista dos três pontos.
Sem nunca se deixarem abater ou, simplesmente, cruzarem os braços, os pupilos do professor Augusto Nogueira responderam cabalmente à desvantagem e, num curto espaço de tempo, Cláudio repôs a igualdade para gáudio dos seus companheiros. Tratou-se de um golo que permitiu, em determinados períodos do jogo, “domar” o adversário e reduzi-lo à tenuidade. Como no aproveitar é que está o ganho, o avançado Pedro Guilherme não esbanjou o ensejo para assinar o seu primeiro golo na partida e o segundo para o Adémia.
A agir e causar uma excelente impressão, a partir do interior das quatro linhas e que não deixou ninguém indiferente na moldura humana presente em Cernache em grande número, a Adémia esteve na iminência de dilatar o marcador, mas Ivanildo, quiçá “ludibriado” por tanta facilidade como chegou à baliza contrária, faltou-se, no rigoroso momento, a destreza necessária para tranquilizar os seus companheiros e provocar o inevitável abalo no adversário.
Quem não esteve com contemplações foi o União de Coimbra que, minutos volvidos, anulou a vantagem visitante para, num lance posterior, colocar-se pela segunda vez na condição de vencedor. Se no golo inaugural não houve lugar a balde de água fria, ao terceiro dos unionistas poderá afirmar-se que se estava perante uma das maiores injustiças, sobretudo pela abnegação demonstrada pelos ademienses.
Por inacreditável que possa parecer e como que a contrariar todo o favoritismo atribuído aos unionistas muito antes do início da partida, os infantis da Adémia empolgaram-se e foram à procura do golo que pudesse atenuar o efeito nefasto provocado pelo golo consentido instantes antes.
A produção de jogo dos ademienses não aumentou de um momento para o outro, mas estimulou fortemente o desejo de não destruir a conjunção de esforços produzidos até ali. Saírem derrotados daquela que foi uma das melhores, se não a melhor, partida na presente temporada, não estava nos planos dos ademienses. O caudal ofensivo superou as expectativas e, quando a tão ambicionada oportunidade surgiu, Pedro Guilherme voltou a facturar… com IVA. Não se trata do Imposto sobre o Valor Acrescentado, mas sim com a Importância do Valor Anímico.
Depois do positivo desempenho demonstrado no Campo da Moita Santa, em Cernache, o próximo episódio, sábado de manhã (11h00), na Adémia, promete cenas verdadeiramente estimulantes, perante a equipa A da Académica/AOF. Os goleadores parecem que estão de volta.
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