O presidente da Associação de Futebol de Coimbra, Horácio Antunes, anunciou hoje, em comunicado, que desistiu da candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para permitir que os sócios «decidam livremente» na Assembleia-Geral (AG) extraordinária do próximo sábado.
O dirigente, que tinha apresentado a 10 de Janeiro a única lista candidata às eleições para os órgãos sociais da FPF, marcadas para 5 de Fevereiro, quer contribuir para uma «discussão aberta e clara dos Estatutos, permitindo, ao mesmo tempo, que todos os sócios tomem uma decisão em conformidade com a sua consciência».
«Decidi que não posso deixar de permitir que os sócios, em Assembleia-Geral, decidam livremente, pelo que, para evitar radicalização de posições, decidi retirar a candidatura à Federação Portuguesa de Futebol», justifica Horário Antunes, em referência à AG convocada pela Liga de clubes para debater a adequação dos estatutos federativos à legislação em vigor.
O presidente da Associação de Futebol de Coimbra lembra que se candidatou «com o objectivo de promover a aprovação dos estatutos da FPF, ainda que sempre tivesse clamado pela inconstitucionalidade de alguns artigos do Regime Jurídico das Federações Desportivas, agora demonstradas no parecer do Conselho de Justiça da FPF».
Horácio Antunes aludia ao parecer do Conselho de Justiça (CJ) da FPF que é parcialmente desfavorável ao projecto de revisão dos estatutos da FPF – cujo principal promotor é a Liga de clubes – e do respectivo regulamento eleitoral, questionando a constitucionalidade de algumas normas.
O CJ enumera os «exemplos mais marcantes da imposição pelo Estado da forma como se deve organizar a FPF, apesar de esta ser uma associação de direito privado, sob pena de deixar de ser uma federação desportiva, por decisão estatal».
«Pretendo também demonstrar o necessário espírito de diálogo entre todos e pacificar o futebol português, reforçando os laços de forte ligação, entre o futebol profissional e o futebol amador, de forma a construir uma forte coesão entre todas as suas valências», indica Horácio Antunes na nota.
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