A equipa de infantis da Associação Desportiva e Cultural da Adémia recebeu a sua congénere da Académica/OAF B, em jogo a contar para a 6.ª jornada da Série B da AF de Coimbra, e foi surpreendida pela turma escolar”, ao sair derrotada por 0-3 no Campo Ramos de Carvalho.
Esta foi definitivamente uma partida atípica. A Adémia até poderia ter feito história, caso tivesse tirado partido dos (poucos) erros do bloco defensivo academista para inaugurar o marcador e cunhar o primeiro golo ao seu adversário de circunstância. A Académica pode “queixar-se” da sorte em dois lances lances, mas também é verdade que a Adémia actuou muito abaixo do seu real potencial, fruto do nervosismo que se apoderou pelo simples facto de defrontar o primeiro classificado.
Apesar de tudo, a jovem formação ademiense conseguiu com muito mérito travar o assalto à sua baliza, numa primeira parte marcada por rigorosos padrões tácticos. Foram 30 minutos de concentração e abnegação quanto baste. O “sete” escalado por Augusto Nogueira, bem com a filosofia de jogo traçada no sentido de travar os primeiros classificados na tabela classificativa, quase sortiram efeito.
Naturalmente que a equipa da Adémia surgiu mais retraída e desprovida da magia que já nos habituou, mas perante um adversário que soma por triunfos todos os jogos realizados e que ainda não sofreu qualquer golo no campeonato, não se poderia pedir “aventuras e peripécias” a qualquer custo. Obviamente que a medida emocional esteve presente neste encontro que, paralelamente com a emoção, traçada a régua e esquadro, deu desde logo a entender que a equação tinha contornos de difícil resolução.
No entanto, dois minutos, logo a abrir a segunda parte, bastaram para abrir brechas na até então solidificada “parede” defensiva da formação visitada: dois erros “caseiros” serviram na perfeição as pretensões academistas, até porque o método utilizado pela Adémia aos avançados estava a começar a criar atrapalhações de sobra no momento das decisões de “alvejar” a baliza.
A Adémia, que neste encontro limitou-se a explanar o seu futebol nas linhas mais recuadas e a espreitar o contra-ataque como “arma” de eleição, viu o adversário aumentar a velocidade a fim de tirar partido de uma hipotética defensiva em apuros. Puro engano.
Os jovens atletas ademienses, pese embora dois golos sofridos num curto espaço de tempo, não vacilaram e procuraram responder com a mesma moeda para reduzir a desvantagem. Era legítimo pensar-se que a equipa se pudesse desmoronar, mas a Adémia soube “contestar” as vicissitudes, não baixou os braços e, na realidade, mostrou o brio e a dignidade, fundamental numa prova desportiva.
Não se julgue que foi fácil perder para este grupo de rapazes. A maioria saiu do campo triste, não apenas pela derrota, mas porque ficou o sentimento de que, com alguma sorte à mistura, poderiam ter contrariado o resultado final. Apesar de se tratar de atletas muito jovens, que não esquecem que esta Académica reforçou-se na Adémia com a saída de, pelo menos, dois jogadores essenciais na manobra da equipa, deixaram uma excelente imagem e, mais importante que tudo, reforçaram a mística de um grupo que a começou a cultivar no início da temporada.
Independentemente da qualidade individual de cada atleta, a Académica esteve longe de exibir uma actuação imperial muito por culpa dos atletas da Adémia que se empregaram a fundo. Obviamente que para os jovens ademienses esta derrota dita, não apenas a descida da segunda para a quarta posição na tabela classificativa, mas também a invencibilidade.
Saber perder é a única receita para ganhar… sempre. Quem já aprendeu a perder é aquele que conseguiu vencer a vaidade, a arrogância e a prepotência. Como equipa de formação, todos os jovens da Adémia são vencedores em qualquer circunstância, porque estão livres de coisas pequenas. Esta derrota acaba por ser pequena para tanta grandeza. A tristeza foi levada pela água do banho após o apito final do árbitro – também ele um jovem à procura da estrela da sorte que o possa levar para voos mais altos, não podendo, por isso, sair crucificado por validar o terceiro golo da Académica obtido em fora de jogo.
Esta partida foi, sem margem para dúvida, a mais triste jornada da presente temporada para esta jovem equipa da Adémia, mas na retina ficou o inconformismo assinalável por todos na hora de perder. Mais do que qualquer lance ou decisão técnica, em particular, este resultado não pode e nem deverá ser o ponto para qualquer discussão. Todos, sem excepção, dignificaram as cores do clube. Com muita galhardia. O próximo jogo já se encontra em contagem decrescente… e com a moral em alta!
Resultados da 6ª Jornada:
Académica/SF A-Eirense.....0- 0
U. Coimbra A-Lorvanense...8- 1
Académica/AOF A-Brasfemes.....5- 0
Pedrulhense-Ançã..........0- 5
ADC Adémia-Académica/OAF B.......0- 3
Souselas-U. Coimbra B.....5- 1
União FC-Académica/SF B....1- 1